Megaoperação no Rio: por que o governo ignora o clamor por segurança?

Os principais institutos de pesquisa do país, como Quaest, Paraná Pesquisas e Datafolha, lançaram luz sobre a percepção da população do Rio de Janeiro acerca da megaoperação policial realizada em outubro nos complexos do Alemão e da Penha. A ação, considerada a mais letal da história do Brasil, resultou na morte de 121 pessoas, incluindo quatro policiais, além de centenas de prisões. Apesar dos índices expressivos de violência e do forte apoio popular registrado nas pesquisas, as respostas do governo federal aprofundaram a distância entre Estado e sociedade, evidenciando o fracasso do Planalto em dialogar com reais demandas sociais.

Quaest: apoio ao rigor, rejeição ao discurso oficial

Segundo a Quaest, 64% dos entrevistados no Rio aprovaram a megaoperação e consideraram as ações das forças de segurança um sucesso. O apoio é ainda maior entre os homens (79%), mas relevante também entre as mulheres (51%). No entanto, o sentimento de insegurança permanece: 52% relataram não se sentirem mais seguros após a operação, demonstrando que os resultados práticos divergem das promessas feitas pelas autoridades. Chama atenção o dado de que 87% enxergam o Rio em estado de “guerra” e 85% querem penas mais rígidas para homicídios cometidos por organizações criminosas. A pesquisa evidencia o divórcio entre discurso progressista e desejo social por ações concretas contra o crime, ainda que imperfeitas.globo+3

Paraná Pesquisas: população aprova, mas cobra resultado

O Paraná Pesquisas reforça esse quadro: 69,6% apoiam a operação, embora uma parcela significativa (41,6%) acredite que tais ações aumentam a violência no estado, contrastando com os 53,1% que enxergam alguma eficácia na redução do crime. A aprovação se mantém alta, fruto da percepção popular de abandono estatal diante da escalada dos grupos armados, mas também emerge uma cobrança: a expectativa era de prisões e combate efetivo ao tráfico, metas que confrontam os resultados de uma operação sem captura das principais lideranças da facção investigada.globo+4

Datafolha: operação vista como “sucesso”, mas convivendo com o medo

O Datafolha corrobora o quadro de apoio à força policial. Segundo o instituto, 57% dos moradores enxergam a megaoperação como uma resposta necessária à escalada do poder do Comando Vermelho, com 63% considerando legítima a força policial utilizada. Apenas 4% acreditam que todos os mortos eram inocentes, reforçando o apoio à narrativa oficial – embora diversos analistas e entidades de direitos humanos questionem a eficácia de operações com saldo histórico de mortos.bbc+2

Lula, o Planalto e o divórcio da realidade

Em flagrante desalinho com os anseios populares, o presidente Lula classificou a megaoperação como “matança” e “desastrosa”, criticando a ausência da Polícia Federal na apuração independente dos fatos e reforçando o que chamou de “erro grave” no planejamento da ação. O governo federal, ao adotar um discurso pautado quase apenas por viés ideológico e pautas de direitos humanos abstratas, ignorou e até rejeitou o amplo respaldo popular demonstrado nas pesquisas, optando por condenar a ação sem oferecer alternativa eficaz para o avanço do crime organizado.cnnbrasil+3

Tal postura revela não só o afastamento da realidade vivida pelo cidadão fluminense e das demandas concretas da sociedade, mas também simboliza a crescente fragilidade do governo federal diante do clamor público por ações enérgicas – ainda que violentas – contra o avanço das facções. Ignorar, rechaçar ou deslegitimar o sentimento real da população pode custar caro ao Planalto, que segue prisioneiro do próprio discurso, enquanto as comunidades do Rio permanecem reféns de um cotidiano dominado pelo medo.gazetadopovo+2

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Assessoria Cidadão Alerta

Referências:

https://www.gazetadopovo.com.br/brasil/pesquisas-operacao-comando-vermelho-distanciam-populacao-esquerda/

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