Congresso ignora desgaste e aumenta o fundão eleitoral

O Congresso Nacional aprovou nesta semana um novo aumento do chamado “fundão eleitoral”, elevando o valor destinado ao financiamento público de campanhas em 2026 para R$ 4,9 bilhões, valor quase cinco vezes superior à proposta inicial do governo federal, que era de R$ 1 bilhão. O movimento ocorreu na Comissão Mista de Orçamento (CMO), em votação simbólica e com apoio de parlamentares de diversos partidos, tanto da base quanto da oposição, demonstrando uma rara união de interesses em torno do tema. agenciabrasil.ebc+3

Como ficou o Fundão

Segundo o projeto de instrução normativa aprovado, o aumento será viabilizado com recursos retirados das emendas de bancada estadual (R$ 2,9 bilhões) e cortes em despesas discricionárias do Executivo. Isso significa que parte significativa do orçamento originalmente voltado para outras áreas será redirecionado para o financiamento das campanhas políticas. O relator da matéria, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), justificou a ampliação como uma “correção de equívoco” do Poder Executivo, afirmando que o valor proposto inicialmente estava aquém do necessário para assegurar o padrão estabelecido na eleição anterior. globo+4

Reação pública e crítica de especialistas

O aumento do fundão ocorre em meio a forte desgaste da imagem do Congresso perante a opinião pública, que tradicionalmente rejeita o uso de bilhões de reais do orçamento para campanhas políticas, especialmente em um cenário de restrição fiscal e prioridades em áreas como saúde e educação. Especialistas apontam que, embora o objetivo declarado do fundo eleitoral seja democratizar o acesso ao processo eleitoral, a decisão reacendeu questionamentos sobre a razoabilidade e o impacto social dessa política, especialmente em tempos de orçamento apertado. platobr+1

Para José Ronaldo Souza, economista da Leme Consultores, a decisão “expõe novamente a dificuldade do Brasil em lidar com o desequilíbrio fiscal”. Já o cientista político Glauco Peres (USP) observa que a polêmica está longe de ser resolvida: a população não aprova gastos bilionários, mas tampouco deseja que só candidatos ricos tenham acesso às urnas. platobr

Caminho até a aprovação final

O Orçamento de 2026 ainda precisará ser votado em plenário e, em seguida, sancionado pelo presidente Lula. A expectativa é de mais debate sobre o tema, já que o aumento reacende críticas à classe política e desafia a capacidade do governo de manter o equilíbrio entre interesses eleitorais e as demandas da sociedade. cnnbrasil+2

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Assessoria Cidadão Alerta

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Congresso ignora desgaste e aumenta o fundão eleitoral

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