O risco de uma nova catástrofe no Sul do Brasil
Aqui está o Guaíba, cujas águas banham grande parte da região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Nos últimos meses, tivemos dias lindos — e os porto-alegrenses, nessas ocasiões, aproveitaram tanto a orla quanto o lago. A tragédia foi esquecida.
Há pouco mais de um ano, o Rio Caí, o Rio Jacuí, o Rio dos Sinos e o próprio Guaíba transbordaram, causando a maior catástrofe ambiental da história do Brasil. Os prejuízos foram estimados em R$ 89 bilhões, segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
De acordo com a Defesa Civil:
2.400.000 pessoas foram atingidas;
580.000 desalojadas;
80.000 tiveram que ser acomodadas em abrigos;
184 pessoas perderam a vida, sem contar os desaparecidos cujos corpos não foram encontrados.
Nesses últimos dias, as águas voltaram a subir. As chuvas nas cabeceiras dos rios fizeram os níveis atingirem patamares perigosos novamente. Mais quatro pessoas morreram, levadas pelas correntezas das inundações.
O que foi feito para evitar novos desastres?
A resposta é direta: muito pouco — ou melhor, quase nada.
Algumas ações pontuais foram implementadas, como:
Instalação de estações meteorológicas;
Contratação de empresa para previsão do tempo;
Sistemas de aviso à população.
O problema? Avisar não é o mesmo que prevenir.
As medidas realmente necessárias — como a construção de barreiras de contenção, instalação de mais estações de bombeamento de água, dragagem efetiva do leito dos rios e ações estruturantes para escoamento das águas — ainda não saíram do papel.
Mais de R$ 6 bilhões já foram reservados para essas obras. Mas os projetos ainda estão aguardando execução. Ou seja: o risco de uma nova catástrofe é real, iminente e enorme.
Um alerta para o Brasil
O clima está cada vez mais incerto, e as principais providências para proteger a região ainda não foram tomadas, mesmo com mais de um ano de distância da tragédia.
Se esses eventos tivessem ocorrido no Japão, nos Estados Unidos ou na Europa, em poucos meses as obras já estariam prontas para evitar novas perdas. Mas estamos no Brasil — onde:
Os estudos demoram para ser realizados;
A burocracia atrasa a execução;
A política se sobrepõe aos interesses da população;
E uma parcela dos recursos desaparece no ralo da corrupção e da ineficiência.
Se não levantarmos a voz…
Se não cobrarmos dos políticos e responsáveis técnicos…
Se não mostrarmos indignação…
Tudo continuará como está.
A hora de agir é agora
Devemos exercer a nossa cidadania, exigir providências concretas, agilidade e efetividade na solução dos problemas. Só assim seremos ouvidos. E só assim vamos ser um país melhor.
🗣️ Seja um cidadão alerta. Compartilhe. Participe dos movimentos sociais. Juntos, podemos mais.