Reforma ministerial precipitada pela queda na popularidade do Governo

A queda na popularidade do governo Lula, que caiu oito pontos percentuais desde janeiro de 2024, tem pressionado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a realizar uma reforma ministerial. A avaliação interna entre auxiliares do presidente é de que o governo precisa dar um “cavalo de pau” na articulação política, na comunicação e atrair tanto o Centrão quanto os evangélicos para as bases de apoio. A reforma ministerial é vista como uma tentativa de pavimentar o caminho para a reeleição de Lula em 2026.

A necessidade de uma reforma ministerial foi confirmada por uma pesquisa da AtlasIntel, que mostrou que 42,6% dos entrevistados consideram necessária uma reforma ministerial, embora 45,6% acreditem que ela não irá melhorar nada o governo. A percepção pública é de que o governo está sem uma direção clara, e a falta de definição de marcas claras e de uma comunicação assertiva sobre elas tem contribuído para a queda na popularidade de Lula.

A reforma ministerial começou a ser pensada em 2024, com o objetivo de ampliar votos e garantir apoio nas eleições de 2026. No entanto, com o derretimento da imagem do presidente, captado pelas principais empresas de pesquisa de opinião, o movimento se inverteu, e partidos do Centrão temem o impacto eleitoral negativo pela associação com um governo de baixa popularidade.

Uma das mudanças mais significativas é a troca no Ministério da Saúde, com Alexandre Padilha substituindo Nísia Trindade. A avaliação no Planalto é que a pasta, com um dos maiores orçamentos da Esplanada dos Ministérios, não conseguiu avançar com programas que Lula quer utilizar como vitrine de seu terceiro mandato, como o Mais Especialidades. Padilha, com um perfil mais político, é esperado que ajude na relação com o Congresso ao acelerar a liberação de emendas, por exemplo.

A reforma ministerial também tem implicações para a política econômica, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrentando resistência interna. Medidas como a taxação de pequenas importações e a crise do Pix foram apontadas como causas do desgaste do governo6. Haddad admite estar perto de perder o cabo de guerra dentro do governo, embora seu relacionamento com Lula continue próximo.

A reforma ministerial é vista como uma tentativa de Lula de melhorar a relação com o Congresso, já que o ministro da Saúde vinha enfrentando problemas na condução das negociações. No entanto, a maioria dos entrevistados na pesquisa AtlasIntel acredita que a reforma ministerial não mudará nada no governo.

Da Redação

Citações:
https://exame.com/brasil/bastidor-queda-na-popularidade-pressiona-lula-por-reforma-ministerial-e-cavalo-de-pau-do-governo/
https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2025/02/24/lula-deve-iniciar-nova-etapa-de-reforma-ministerial-nesta-semana-veja-o-que-esta-em-jogo.ghtm
https://www.cnnbrasil.com.br/blogs/caio-junqueira/politica/maioria-avalia-que-reforma-ministerial-nao-mudara-nada-diz-atlasintel/
https://www.poder360.com.br/poder-governo/queda-na-aprovacao-de-lula-entra-na-conta-da-reforma-ministerial/
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2025/02/28/analise-reforma-ministerial-de-lula-isola-haddad-e-aumenta-incerteza-sobre-politica-fiscal.htm
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cedlnvz508go
https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/matheus-schuch/noticia/2025/02/como-a-queda-na-popularidade-de-lula-mexe-com-a-reforma-ministerial-e-com-o-futuro-do-governo-cm798vmo6004a01fkugdo7cra.html