Escolha sua turma
Organizar uma associação comunitária para reivindicar obras e serviços públicos junto ao governo é uma forma eficaz de participação política. Nas escolas, os alunos se organizam em grêmios para discutir e resolver assuntos de interesse comum. Nos sindicatos, os trabalhadores fazem política tratando de questões como salário, desemprego e condições de trabalho. A história mostra que o esforço e a determinação de organizações populares resultaram em grandes vitórias coletivas. O Brasil, último país a abolir a escravidão, também foi um dos últimos a reduzir a jornada diária de trabalho para 8 horas, o que só ocorreu após a Revolução de 1930. Outras conquistas, como aposentadoria, folga de domingo, férias, 13º salário e seguro-desemprego, vieram mais tarde. As mais recentes vitórias dos sindicatos incluem a licença-paternidade e a extensão de direitos trabalhistas aos empregados rurais e domésticos.
Muita gente pensa que a atividade política está ligada apenas a partidos políticos, mas a sociedade oferece muitas formas de participação política em organizações não governamentais (ONGs). Direitos e valores básicos do ser humano motivaram a fundação de entidades que apoiam menores de rua, sem-teto, sem-terra e populações indígenas. O número dessas entidades, que não são empresas nem pertencem ao governo, cresce a cada dia. Surgiu então a sigla ONG, que significa organização não governamental, compondo o chamado terceiro setor. Exemplos de ONGs incluem a Cruz Vermelha, o GAPA (que luta contra a AIDS), a Anistia Internacional, o movimento Viva Rio (que luta por um Rio de Janeiro menos violento), a Pastoral do Menor, o Greenpeace e os Alcoólicos Anônimos.
Você pode criar uma nova organização, mas pense bem: não é melhor somar esforços com quem já está organizado e merece respeito? As chances de sucesso são maiores em ONGs fortes e bem estruturadas. A luta política nem sempre entra para a história, mas por trás dessas conquistas há pessoas tomando decisões e agindo politicamente dentro ou fora do governo, das empresas e das entidades. As entidades organizadas influenciam o dia a dia do governo na definição de prioridades, na votação de projetos de lei, nas decisões da justiça e até na própria Constituição. A maioria desses atos interfere direta ou indiretamente na nossa vida. Por exemplo, entidades que atendem crianças com deficiência conseguiram aprovar um item na Constituição que garante atendimento educacional especializado para essas crianças, preferencialmente na rede regular de ensino. Na elaboração da atual Constituição, entidades ambientalistas contribuíram para que o capítulo sobre meio ambiente fosse considerado um dos mais avançados do mundo. O movimento pela anistia durante o regime militar foi uma bandeira na luta política em defesa de interesses coletivos.
Para terminar, fica uma pergunta: uma organização social faz política? Até a próxima aula.